Avaliação da maturidade da cultura de segurança em uma indústria de alimentos: uma comparação entre os setores de produção e administrativo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21710/rch.v32i.654

Palavras-chave:

cultura organizacional, cultura de segurança, segurança no trabalho, acidente de trabalho, modelo de maturidade, indústria de alimentos

Resumo

A segurança e a saúde no trabalho são preocupações constantes para muitas organizações, especialmente para os setores econômicos que são líderes em acidentes de trabalho, como a indústria de alimentos. Uma cultura de segurança estabelecida é essencial para apoiar o desenvolvimento e o progresso bem-sucedido de qualquer programa de gestão de segurança. Portanto, monitorar a maturidade da cultura de segurança de uma empresa é necessário para o planejamento de mudanças e a melhoria contínua a fim de garantir um ambiente de trabalho seguro. Este artigo tem como objetivo avaliar o grau de maturidade da cultura de segurança de uma indústria multinacional de alimentos, que representa um dos segmentos com mais acidentes de trabalho no Brasil. Foi desenvolvida uma pesquisa exploratória e descritiva, com abordagem quantitativa e baseada na estratégia de estudo de caso único. O setor de manufatura apresentou uma cultura de segurança madura, com predominância do nível sustentável (58%), enquanto o segmento administrativo apontou alta dispersão de dados, incorrendo em uma cultura de segurança entre os níveis burocrático (23%), proativo (29%) e sustentável (33%). Constatou-se que a segurança no trabalho está associada a variáveis de diferentes naturezas, e o diagnóstico deste estudo aponta que a implementação de uma cultura organizacional voltada para a segurança requer uma visão holística que vai além dos aspectos técnicos da atividade ou individuais do funcionário, de modo a englobar elementos sociais e organizacionais, devendo as particularidades de cada setor serem consideradas pelos líderes para que a gestão da segurança seja efetiva.

Biografia do Autor

Igor Polezi Munhoz, São Paulo Federal Institute of Education, Science and Technology (IFSP)

Professor at São Paulo Federal Institute of Education, Science and Technology (IFSP)

Alessandra Cristina Santos Akkari, Programa de Pós Graduação em Engenharia e Gestão da Inovação, Universidade Federal do ABC (UFABC)

Federal University of ABC (UFABC)

Referências

Aaker, D. A., Kumar, V., & Day, G. S. (2008). Marketing research. Hoboken: John Wiley & Sons.

ABIA. Associação Brasileira da Indústria de Alimentos. (2019). Relatório anual 2018. Retrieved from https://www.abia.org.br/vsn/temp/z2019422RelatorioAnual2018.pdf

Barreto, A. F., Alexandre, A., Santos, A. G. A., & Silva, D. R. (2014). Saúde e segurança no trabalho – percepção dos alunos de uma faculdade paulista. Revista Científica Hermes, 12, 77-94.

Blockley, D. I., Turner, B. A., Pidgeon, NF., & Toft, B. (1989). Safety Culture: Its Importance in Future Risk Management. Proceedings of The Second World Bank Workshop on Safety Control and Risk Management, Sweden.

Brasil. Ministério da Fazenda (2018). Anuário Estatístico da Previdência Social, 2017. Retrieved from http://sa.previdencia.gov.br/site/2019/04/AEPS-2017-abril.pdf

Brasil. Ministério do Trabalho e Previdência (2021). Anuário Estatístico da Previdência Social, 2019. Retrieved from https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/dados-abertos/dados-abertos-previdencia/previdencia-social-regime-geral-inss/arquivos/versao-onlinte-aeps-2019/apresentacao

Buffon, G., Aguiar, J. L. de, & Godarth, K. A. L. (2018). Maturidade da cultura de segurança no trabalho: aplicação do modelo de Hudson em um laticínio no sudoeste do Paraná. Revista Administração em Diálogo, 20, 1-18.

Cameron, K., & Quinn, R. (1999). Diagnosing and changing organizational culture. San Francisco: Addison-Wesley.

Campos, D. C., & Dias, M. C. F. (2012). A cultura de segurança no trabalho: um estudo exploratório. Sistemas & Gestão, 7, 594-604.

Choudhry, R. M., Fang, D., & Mohamed, S. (2007). The nature of safety culture: A survey of the state-of-the-art. Safety Science, 45, 993-1012.

Clarke, S. (2013). Safety leadership: A meta‐analytic review of transformational and transactional leadership styles as antecedents of safety behaviours. Journal of Occupational and Organizational Psychology, 86, 22-49.

Cooper, M. D. (2000). Towards a model of safety culture. Safety Science, 36, 111-136.

Enache, R. G. (2013). Burnout syndrome and work accidents. Procedia-Social and Behavioral Sciences, 78, 170-174.

Fleming, M. (2001). Safety culture maturity model. Health and Safety Executive. Norwich: Colegate.

Garcia, A. M., Boix, P., & Canosa, C. (2004). Why do workers behave unsafely at work? Determinants of safe work practices in industrial workers. Occupational and Environmental Medicine, 61, 239-246.

Geller, E. S., Roberts, D. S., & Gilmore, M. R. (1996). Predicting propensity to actively care for occupational safety. Journal of Safety Research, 27, 1-8.

Godoy, E. V., & Santos, V. M. (2014). Um olhar sobre a cultura. Educação em Revista, 30, 15-41.

Gonçalves Filho, A. P., Andrade, J. C. S., & Marinho, M. M. D. O. (2011). Cultura e gestão da segurança no trabalho: uma proposta de modelo. Gestão & Produção, 18, 205-220.

Hofstede, G., Hofstede, G. J., & Minkov, M. (2005). Cultures and organizations: Software of the mind. New York: Mcgraw-Hill.

Hopkins, A. (2006). Studying organizational cultures and their effects on safety. Safety Science, 44, 875-889.

Hudson, P. (2001). Aviation safety culture. Safeskies, 1, 23.

Hystad, S. W., Saus, E. R., Sætrevik, B., & Eid, J. (2013). Fatigue in seafarers working in the offshore oil and gas re-supply industry: Effects of safety climate, psychosocial work environment and shift arrangement. International Maritime Health, 64, 72-79.

Inness, M., Turner, N., Barling, J., & Stride, C. B. (2010). Transformational leadership and employee safety performance: A within-person, between-jobs design. Journal of Occupational Health Psychology, 15, 279.

Kumagai, B. H., Munhoz, I. P., & Akkari, A. C. S. (2021). Ergonomia e qualidade de vida no trabalho: um estudo de caso no agronegócio brasileiro. Revista Científica Hermes, 30, 224-241.

Luz, R. S. (2003). Gestão do clima organizacional. Rio de Janeiro: Qualitymark.

Martínez-Córcoles, M., Gracia, F., Tomás, I., & Peiró, J. M. (2011). Leadership and employees’ perceived safety behaviours in a nuclear power plant: A structural equation model. Safety Science, 49, 1118-1129.

Mattar, F. N. (2001). Pesquisa de marketing. São Paulo: Atlas.

Neal, A., Griffin, M. A., & Hart, P. M. (2000). The impact of organizational climate on safety climate and individual behavior. Safety Science, 34, 99-109.

Okanga, B. (2016). A safety culture development model for the SMEs in the building and construction industry. Journal of Emerging Trends in Economics and Management Sciences, 7, 106-115.

Pidgeon, N. (1997). The limits to safety? Culture, politics, learning and man-made disasters. Journal of Contingencies and Crisis Management, 5, 1-14.

Quelhas, O., Alves, M., & Filardo, P. (2004). As práticas da gestão da segurança em obras de pequeno porte: integração com os conceitos de sustentabilidade. Revista Produção Online, 4(2).

Reason, J. (2006). Human error. New York: Cambridge University Press.

Richter, A., & Koch, C. (2004). Integration, differentiation and ambiguity in safety cultures. Safety Science, 42, 703-722.

Schein, E. (1992). Organizational culture and leadership. San Francisco: Jossey-Bass Publishers.

Toole, T. M., Gambatese, J., & Abowitz, D. (2016). Owners’ role in facilitating prevention through design. Journal of Professional Issues in Engineering Education and Practice, 143, 04016012.

Westrum, R. (1993). Cultures with requisite imagination. New York: Springer-Verlag.

Williams, J., Fugar, F., & Adinyira, E. (2020). Assessment of health and safety culture maturity in the construction industry in developing economies: A case of Ghanaian construction industry. Journal of Engineering, Design and Technology, 18, 865-881.

Zohar, D. (1980). Safety climate in industrial organizations: Theoretical and applied implications. Journal of Applied Psychology, 65, 96-102.

Downloads

Publicado

2022-10-01

Como Citar

Garcia, D. de P., Munhoz, I. P., Stopiglia, F. S., & Akkari, A. C. S. (2022). Avaliação da maturidade da cultura de segurança em uma indústria de alimentos: uma comparação entre os setores de produção e administrativo . Revista Científica Hermes, 32, 182–201. https://doi.org/10.21710/rch.v32i.654

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)