Desenvolvimento local pelo turismo no contexto de crise Socioambiental: análise situacional
DOI:
https://doi.org/10.21710/rch.v32i.652Palavras-chave:
desenvolvimento local, turismo, gestão pública municipal, ruralidade, sustentabilidadeResumo
A partir do impacto causado pelo rompimento da barragem do Fundão no estado de Minas Gerais, sob responsabilidade da mineradora Samarco Mineração S.A., no ano de 2015, caracterizado como o acidente socioambiental de maior proporção histórica no Brasil, inclusive, atingindo repercussão internacional, tem-se como objetivo realizar uma análise situacional da retomada do desenvolvimento local com ênfase no eixo turístico em Rio Doce, MG, Brasil. A pesquisa de campo realizada, essencialmente por meio da observação participante, a partir do Departamento de Turismo do município em estudo, possibilitou a identificação de aspectos autóctones, estruturais e institucionais relacionados com o turismo, à luz das categorias de desenvolvimento local (territorial, regional, endógeno, descentralizado e Bottom-up), ora reveladas nesta pesquisa. Os resultados apontam fatores socioeconômicos relacionados à participação da população civil e ao arranjo institucionalmente existente, os quais permitem que o turismo possa coexistir como um eixo para o (re)desenvolvimento local. Portanto, a análise situacional do turismo realizada, revela-se um potencial contributo para estudos e práticas no contexto de desastres e crises socioambientais em países emergentes que buscam sustentabilidade de suas ações, especialmente relativos à concepção de urbanidade e ruralidade.
Referências
Ablas, L. (1991). Efeitos do turismo no desenvolvimento regional. Revista Turismo em Análise, 2(1), 42-52. https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v2i1p42-52
Armada, C. A. S. (2021). Os desastres ambientais de Mariana e Brumadinho em face ao estado socioambiental brasileiro. Territorium, 28(1), 13-22.
Arretche, M. (2018). Democracia e Redução da Desigualdade Econômica no Brasil. A inclusão dos outsiders. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 33(96), 1-23. http://dx.doi.org/10.17666/339613/2018
Bardin, L. (2014). Analise de conteúdo (5a. ed.). Lisboa, Edições 70.
Becken, S., & Khazai, B. (2017). Resilience, tourism and disasters. In: Butler, R. W. (Org.). Tourism and resilience. CABInternational, Boston, 96-104.
Boisier, S. (2016). Desarrollo (Local): ¿De qué estamos hablando? In: Tur, J. N. (Org.). La visión territorial y sostenible del desarrollo local: uma perspectiva multidisciplinar. SEBRAE, Brasília; Universitat de València, Valencia, 23-46.
Buarque, S. C. (1999). Metodologia de Planejamento do Desenvolvimento Local e Municipal Sustentável. IICA, Recife.
Cavalcante, M. B., & Furtado, E. M. (2011). Políticas Públicas de Turismo em Unidades de Conservação. Mercator, 10(21), 133-146. https://doi.org/10.4215/RM 2011.1021.0009
Dallabrida, V. R. (2017). Teorias do Desenvolvimento: aproximações teóricas que tentam explicar as possibilidades e desafios quanto ao desenvolvimento de lugares, regiões, territórios ou países. CRV, Curitiba.
Emmendoerfer, M. L., & Soares, E. B. S. (2014). Análise do desenvolvimento turístico e da denominação designada pelo governo para qualificar cidades como destinos indutores do turismo em Minas Gerais, Brasil. Revista Turismo & Desenvolvimento, 3(21/22), 139-151. https://doi.org/10.34624/rtd.v3i21/22.12011
Emmendoerfer, M. L., Fraga, B. O., Costa, V. N. G., & Ferreira, M. A. M. (2020). Análise da inserção de cidades no movimento Slow City como diretriz de qualificação e inovação territorial. DRd-Desenvolvimento Regional em debate, 10, edição especial, 171-194. https://doi.org/10.24302/drd.v10ied.esp..3105
Fabrício, S. A., Ferreira, D. D. M., & Borba, J. A. (2021). Panorama dos desastres de Mariana e Brumadinho: o que sabemos até agora? REAd. Revista Eletrônica de Administração, 27(1), 128-152.
Figueiredo, A. K. S., Pires, M. M., Gomes, A. S., & Morollón, F. R. (2018). Análise Espacial do Desenvolvimento e das Desigualdades no Território Sudoeste Baiano. Desenvolvimento em Questão, 16(44). https://doi.org/10.21527/2237-6453.2018.44.69-104
Fonseca, P. C., Emmendoerfer, M. L., Bueno, L. F. T., & Emmendoerfer, L. (2007). A formação dos circuitos turísticos mineiros: uma política pública descentralizada e democratizante? Revista Acadêmica Observatório de Inovação do Turismo, 2(4), 7-8, https://doi.org/10.12660/oit.v2n4.5686
Godoi, C. K., Bandeira-de-Mello, R., & Silva, A. B. (2010). Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos (2a. ed.). Saraiva, São Paulo.
Gomes, C. C. (2013). Turismo e Desenvolvimento Local: Desafios e possibilidades para o município de Tamandaré – PE. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Pernambuco, Recife.
Gould, K., & Lewis, T. (2007). Viewing the Wreckage: Eco-Disaster Tourism in the Wake of Katrina Vues du sinistre: tourisme eco-désastre dans le sillage de Katrina Mirando el naufragio: turismo del desastre ecológico después de Katrina. Societies Without Borders, 2(2), 175-197.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2020). Panorama Populacional de Rio Doce. 2020. Brasília, IBGE. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/rio-doce/panorama
Jiang, Y., Ritchie, B. W., & Verreynne, M. L. (2019). Building tourism organizational resilience to crises and disasters: A dynamic capabilities view. International Journal of Tourism Research, 21(6), 882-900. https://doi.org/10.1002/jtr.2312
Lazaroni, A. R. B., Emmendoerfer, M. L., & Sediyama, G. A. S. (2014). Potencialidades do Contador na Gestão Social do Turismo: Conselhos Gestores, um (novo) Campo de Trabalho? Revista de Gestão e Contabilidade da UFPI, 1(2), 93-108.
Lebarcky, F. V., Fernandes, A. R., Emmendoerfer, M. L., & Fonseca, J. A. (novembro 2010). O Processo de Desenvolvimento em Nível Local: um Estudo sobre os Elementos Determinantes no Município de Rio Doce (MG). IV Encontro de Administração Pública e Governança da ANPAD, 28-30, Vitória.
Mendes, J. F. A. (2020). Representações Sociais e Complexidade: a identidade dos atingidos pela lama na barragem de Fundão (Mariana-MG). Tese de Doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
Oliveira, M. J. G. S. (2012). Políticas Públicas e o Meio Ambiente: a questão dos desastres ambientais e seus efeitos na sociedade de risco do Brasil. VII Congreso de Medio Ambiente de la AUGM, 22-24 Mayo, La Plata.
Panosso Netto, A. (2013). O que é turismo. Brasiliense, São Paulo.
Peruzzo, C. M. K. (2009). Observação participante e pesquisa-ação. In: Duarte, J., & Barros, A. (Orgs.). Métodos e Técnicas de Pesquisa em Comunicação. São Paulo: Atlas, pp: 125-143.
Rio Doce. (2018). História. Rio Doce, Prefeitura Municipal. Recuperado de http://www.riodoce.mg.gov.br/ index.php/prefeitura/historia.
Rosselló, J., Becken, S.; Santana-Gallego, M. The effects of natural disasters on international tourism: A global analysis. Tourism management, 79, 1-10, 2020. doi: https://doi.org/10.1016/j.tourman.2020.104080
Sachs, I. (2008). Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável (3a. ed.). Garamond, Rio de Janeiro.
Sen, A. (2000). Desenvolvimento como liberdade. Cia. das Pedras: São Paulo.
Siedenberg, D. R. (2004). Desenvolvimento: ambiguidades de um conceito difuso. Rev. Desenvolvimento em Questão, 2(3), 9-26. https://doi.org/10.21 527/2237-6453.2004.3.9-26
Souza, C. O., Emmendoerfer, M. L., & Knupp, M. E. C. G. (2017). Questão Ambiental: Dimensão Periférica em Política Pública de Turismo? Turismo em Análise, 28(3), 450-473. http://dx.doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v28i3p450-473
Tomazzoni, E. L. (2009). Turismo e desenvolvimento regional: dimensões, elementos e indicadores. Educs, Caxias do Sul.
Tominaga, L. K., Santoro, J., & Amaral, R. (2009). Desastres Naturais: conhecer para prevenir. São Paulo: Instituto Geológico.
Vázquez-Barquero, A. (2000). Desarrollo endógeno y globalización. Revista Latinoamericana de estudios urbanos regionales (EURE) 26(79), 47-65.
Veiga, J. E. (2001). O Brasil rural ainda não encontrou seu eixo de desenvolvimento. Estudos avançados, 15(43), 101-119.http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142001000300010
Veiga, J. E. (2012). O desenvolvimento agrícola: uma visão histórica. Edusp, São Paulo.
Wanderley, L. J., Mansur, M. S., Milanez, B., & Pinto, R. G. (2016). Desastre da Samarco/Vale/BHP no Vale do Rio Doce: aspectos econômicos, políticos e socioambientais. Ciência e Cultura, 68(3), 30-35. http://dx.doi.org/10.21800/2317-66602016000300011
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Brendow de Oliveira Fraga, Magnus Luiz Emmendoerfer, Elias José Mediotte
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.